Foto: Gaveta do Povo - Casa Onda
Arquitetura: Mônica Menarim Requião - Castro - PR - 2017
Hoje vamos tratar das diretrizes construtivas e instalações dos sistemas, consumo elétrico e de água e manutenção para que você tenha mais clareza sobre as características de cada um e como escolher o mais adequado para sua casa.
Diretrizes construtivas e instalação do sistema
Como a gente sempre fala aqui é na etapa de elaboração do projeto que muitas decisões e soluções serão pensadas em detalhes. No caso específico do sistema de aquecimento solar envolve a instalação de encanamentos, localização da caixa d'água e do aquecedor central ou boiler, escolha das torneiras e misturadores, chuveiro e demais acessórios que entrarão em contato com a água.
As adaptações necessárias em reformas, seja em casas antigas ou mesmo em uma obra nova onde se altera o projeto inicial, ficam bem mais caras do que uma instalação feita no início da construção, pensadas a partir do projeto.
É claro que vale lembrar mais uma vez, um bom profissional para fazer os dimensionamentos necessários sem acarretar custos extras á obra e um arquiteto competente trabalhando em conjunto com um projetista de hidráulica para chegar à melhor relação custo-benefício em uma instalação que, no final das contas, ficará funcionando no mínimo por mais uns 30 anos.
Não quero dizer o profissional que dimensiona por vivência na prática não tem seu lugar na obra, mas avalie em que momento sua expertise vai ser mais importante.
O sistema de aquecimento de água tem uma vida útil bastante longa e é justamente por isso que é preciso evitar o uso de material de segunda linha, projete tudo como tem que ser, compre material de boa qualidade, que atenda às normas técnicas e que você possa conseguir peças de reposição daqui a alguns anos.
Foto:Homify
Uma instalação com estes cuidados parece ficar mais cara, mas é um grande erro pensar assim.
Em obra, o planejamento é a melhor economia que se pode fazer!
Atentem-se essa questão: um bom projeto permite que se saiba onde se pode economizar sem comprometer o desempenho, o conforto e a durabilidade, mas de nada adianta comprar material de marca renomada e geralmente mais cara sem um bom planejamento e projeto.
Respeite seu dinheiro!
Quando nos referimos á construção e instalação, os sistemas mais complexos e caros são o sistema solar e o elétrico com reservatório central, seguidos de pelo á gás com reservatório central. O mais econômico é o bom e velho chuveiro elétrico.
Consumo de energia elétrica
O sistema de aquecimento solar vai se pagar ao longo dos anos, desde que a obra fique em local ensolarado.
Todo sistema de aquecimento solar tem um segundo sistema de base elétrica que é muito pouco utilizado se houver muito sol.
O menos sustentável dos sistemas é o sistema central elétrico. Por mais bem executado, o boiler perde calor para o meio ambiente, pois o termostato mantém a água numa temperatura em torno de 60ºC, independentemente do consumo, ou seja, ele não é econômico para locais frios ou quando as temperaturas ficam mais baixas durante o inverno.
Foto: Zap Imóveis
À medida que a água quente vai sendo usada a água fria enche o reservatório e vai sendo aquecida aos poucos e mantida aquecida ao longo do tempo. Este processo é o que mais gasta energia elétrica, justamente por isto se tem a opção do aquecedor central com aquecimento à gás.
Esta é uma opção melhor, pois a conta do gás fica bem mais em conta do que a de energia elétrica. O inconveniente do aquecimento central à gás é que o local precisa ser arejado e ter acesso facilitado, pois é preciso manter a chama piloto acesa, dificultando a instalação, por exemplo, em um vão de telhado, como pode se feito com um aquecedor central elétrico.
Foto: Casei quero Casa
Uma opção intermediária seria o aquecimento a gás de passagem, onde a água é aquecida apenas quando é necessária. Ligando-se o chuveiro ou torneira, a água começa a circular na tubulação e o aquecedor acende o gás, cuja chama esquenta a água dentro de uma serpentina. Porém, por medida de segurança o aquecedor deve ficar fora do banheiro, para evitar acidentes fatais devido a vazamento de gás.
Em resumo, quando o assunto é consumo de energia elétrica o aquecimento central elétrico é o que mais consome, seguido pelo solar. Os sistemas à gás não gastam energia elétrica, mas muitos projetistas costumam deixar, por precaução, uma tomada pronta para chuveiro elétrico junto aos chuveiros, para o caso de pane ou haja manutenção no sistema à gás.
Consumo de água
A princípio, o consumo de água independe do tipo de aquecimento, ele está mais ligado a fatores humanos e às características do local de instalação.
Foto: Pixabay
Por exemplo, um aquecedor de passagem à gás ou um chuveiro elétrico permitem que se tome banho por horas a fio, com a mesma quantidade de água e à mesma temperatura.
Já em um aquecimento central, elétrico, solar ou à gás, a água vai ficando cada vez mais fria, à medida em que a água quente do boiler vai sendo consumida até o momento em que a água ficará realmente fria e o banho desconfortável.
Assim sendo, qualquer um destes
sistemas de aquecimento de água tendem a fazer com que a pessoa se demore mais no banho, aumentando o consumo de água. A pressão disponível nos pontos de consumo também tem influência no consumo.
Foto: Convallis
Um chuveiro elétrico funciona bem mesmo com a caixa d’água logo acima do teto, nessa situação o horário de piso faria o consumo diminuir.
Já os aquecedores centrais, a gás, elétrico e solar, precisam que os reservatórios, tanto de água fria quanto quente, fiquem mais elevados e, consequentemente, com maior pressão nos pontos de consumo.
Com isto, um banho de 15 minutos gastaria em torno de 10 litros num chuveiro elétrico comum, e poderia chegar a 100 litros ou até mais se houver boa pressão de água.